A gravidez é um período de grandes mudanças não somente na vida da mulher, mas do casal como um todo. Diferente do que muitos pensam, é possível (e até recomendado) ter relações sexuais na gravidez. O sexo ajuda a unir ainda mais o casal, principalmente no período em que a mulher se encontra sensível, além de fazer bem fisicamente para ambos.
Diante o assunto, que ainda levanta diversas dúvidas, decidimos trazer o esclarecimento sobre algumas questões. Listamos mitos e verdades sobre isso. Confira.
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14 mitos e verdades sobre relações sexuais na gravidez
1. Sexo durante a gravidez faz mal ao bebê
Mito! Durante a gravidez, o bebê está protegido pelo útero, pelo líquido amniótico e pelo tampão mucoso que bloqueia o colo do útero. Em uma gestação saudável, o sexo não machuca o bebê nem o coloca em risco. O bebê pode até perceber o aumento dos batimentos cardíacos da mãe, mas não sente dor ou desconforto.
2. O desejo sexual da mulher pode mudar na gravidez
É verdade! As alterações hormonais, emocionais e físicas durante a gestação podem aumentar ou diminuir o desejo sexual. No primeiro trimestre, muitas mulheres sentem náuseas e cansaço. Já no segundo trimestre, o aumento da irrigação sanguínea pode deixar a região genital mais sensível, aumentando o prazer. No terceiro trimestre, o desconforto físico pode novamente reduzir o desejo.
3. A gravidez impede o orgasmo
Mito! Mulheres grávidas podem ter orgasmos normalmente, e algumas até relatam orgasmos mais intensos devido ao aumento da sensibilidade e da vascularização na região genital. O orgasmo pode causar contrações uterinas leves, que não representam risco em uma gestação saudável.
4. Sexo pode induzir o parto
Em certos caso, é verdade! O sêmen contém prostaglandinas, substâncias que podem ajudar a amolecer o colo do útero, e o orgasmo pode estimular pequenas contrações. Porém, isso só tem efeito se o corpo já estiver próximo do trabalho de parto. Não é um método garantido para induzir o parto, mas pode ajudar nos últimos dias de gestação, com autorização médica.
5. O sexo deve ser evitado em toda gravidez de risco
Sim, é verdade. Em casos de placenta prévia, sangramentos, dilatação precoce do colo do útero, risco de parto prematuro ou outras complicações, o sexo pode ser contraindicado. Nessas situações, o médico pode orientar restrições para proteger a saúde da mãe e do bebê.
6. A posição sexual precisa mudar durante a gravidez
Devido ao tamanho da barriga, sim. Com o crescimento, algumas posições podem se tornar desconfortáveis ou até arriscadas. O casal deve adaptar as posições, buscando conforto e segurança. Posições como de lado (colher) ou a mulher por cima são geralmente mais indicadas no final da gestação.
7. Sexo oral é sempre seguro na gravidez
Mito! O sexo oral é seguro, desde que praticado com higiene e sem sopro direto na vagina, o que pode causar embolia aérea (extremamente raro, mas grave). Além disso, o parceiro deve estar livre de infecções bucais ou ISTs que possam ser transmitidas.
8. O homem sente o bebê durante a penetração
Esse é um dos mitos mais comuns. O bebê está dentro do útero, enquanto o pênis atinge apenas a vagina. Não há como “encostar” no bebê durante a relação sexual. Essa crença é comum, mas totalmente incorreta.
9. Relações sexuais podem fortalecer a intimidade do casal na gravidez
Essa é uma verdade pouco debatida. A gravidez é um momento de grandes mudanças, e manter a intimidade ajuda a fortalecer o vínculo emocional. O sexo, quando desejado por ambos, pode ser uma forma de manter a conexão, lidar com o estresse e reforçar o afeto.
10. Grávidas não podem usar preservativo
Mentira! Na maioria dos casos, o aborto espontâneo está relacionado a problemas genéticos ou complicações na formação do embrião, e não ao sexo. Em uma gravidez saudável, as relações sexuais não aumentam esse risco. No entanto, se houver sangramentos, dores ou histórico de abortos, o médico deve ser consultado.
12. A lubrificação pode diminuir na gravidez
Assim como na menopausa, é verdade. Apesar do aumento da vascularização, nem todas as gestantes têm aumento da lubrificação vaginal. Algumas mulheres podem até sentir ressecamento vaginal, especialmente por variações hormonais. O uso de lubrificantes à base de água é seguro e pode ajudar no conforto.
13. O bebê “sabe” quando os pais estão tendo relações
Outro mito comum. O bebê não tem consciência do que está acontecendo. Ele pode perceber alterações no ritmo cardíaco da mãe ou pequenos movimentos no útero, mas não entende o que está ocorrendo nem é afetado emocionalmente por isso.
14. A libido do parceiro pode diminuir ao ver a barriga crescer
Embora muitos discordem, é verdade. Alguns homens podem se sentir inseguros, com medo de machucar a parceira ou o bebê, ou têm dificuldade em enxergar a parceira sexualmente durante a gravidez. Isso é mais emocional do que físico e pode ser resolvido com diálogo e informação.
Fontes: Genera; Dr. Consulta; Gestacard; Pro Mate; G1; CM Martins; Alira Clinica
Referências Bibliográficas
American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG).
Sex During Pregnancy.
Disponível em: https://www.acog.org
Acesso em: abril de 2025.
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Santos, R. G. dos, & Souza, A. I. de. (2010).
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