A assexualidade é um tema pouco discutido, embora necessário. A princípio, trata-se da falta total, ou parcial, do desejo em se relacionar sexualmente com outras pessoas. Ou seja, é quando uma pessoa “não liga” tanto assim para o relacionamento sexual.
No entanto, esse conceito vai um pouco além e, diante disso, criaram-se diversos mitos. As pessoas que se identificam como assexuais precisam enfrentar uma realidade totalmente diferente das outras pessoas. E, pensando nisso, decidimos trazer algumas informações que vão te ajudar a compreender o tema.
- Leia também: Demissexualidade: descubra o que é ser demissexual
O que é assexualidade?
Assexualidade é a ausência de atração sexual. Pode ser total ou parcial. Sendo assim, uma pessoa que não costuma se relacionar sexualmente com frequência, por falta de vontade, pode ser considerada assexual.
Normalmente, essa condição é considerada uma orientação sexual. Mas é importante ressaltar que elaé diferente de abstinência sexual. Inclusive, os dois não tem qualquer ligação. A abstinência voluntária, por exemplo, pode estar ligada a valores morais, crenças religiosas ou pessoais.
Vale lembrar também que uma pessoa assexual pode sim fazer sexo. No entanto, a prática costuma ser sem qualquer sentimento de atração ou desejo. E são vários os motivos que levam um assexual a procurar sexo. A vontade de ter filhos é um deles, assim como a ligação íntima com outra pessoa. Mas um dos motivos mais comuns é a satisfação do outro.
Ainda sobre a assexualidade, ela ainda pode se manifestar em diferentes espectros. Desse modo, confira todos eles a seguir:
Como é o espectro da assexualidade?
Existem vários espectros quando o assunto é assexualidade. A atração romântica, por exemplo, é diferente da atração sexual. Isso porque a atração romântica diz respeito à vontade de ter um relacionamento amoroso. Em outras palavras, consiste na prática de atos românticos e uma vida a dois.
Já a atração sexual está ligada com a vontade de se relacionar sexualmente com outras pessoas. São algumas “categorias” que precisamos entender quando entramos nesse assunto.
1. Assexual estrito
A pessoa assexual estrita simplesmente não sente vontade de fazer sexo. Isso não muda com o tempo, com a pessoa ao lado ou com o nível de intimidade criado. Não é falta de amor, de carinho ou de conexão, é só a ausência do desejo sexual mesmo.
Ainda assim, ela pode amar profundamente, se apaixonar, construir relações sólidas e sentir prazer em outras formas de intimidade, como afeto, cuidado e companheirismo.
2. Demissexual
O demissexual não sente atração sexual logo de cara. Para ele, o desejo só nasce quando existe vínculo, confiança e sentimento. Primeiro vem a conexão emocional, as conversas, a sensação de segurança e proximidade. Só depois disso o interesse sexual pode aparecer. Sem esse laço afetivo, o sexo simplesmente não faz sentido ou não desperta vontade.
3. Frayssexual
No caso do frayssexual, o desejo funciona quase ao contrário. A atração surge quando ainda não há envolvimento emocional. A novidade, a distância ou o mistério despertam interesse sexual, mas, conforme o vínculo cresce e a relação se aprofunda, essa atração tende a diminuir. Isso não significa desinteresse pela pessoa, apenas que o desejo sexual não acompanha o fortalecimento emocional.
4. Grayssexual
A pessoa grayssexual sente desejo sexual de forma rara e muito específica. Não é algo constante nem previsível. Às vezes o desejo aparece, em outras simplesmente não. Para ela, o sexo não é uma necessidade frequente e, muitas vezes, fica em segundo plano na vida, sem causar sofrimento ou sensação de falta.
5. Assexual fluido
A assexualidade fluida é vivida em movimento. Em alguns momentos, a pessoa pode se reconhecer como demissexual, sentindo desejo apenas após criar vínculo. Em outros períodos, se percebe mais próxima da grayssexualidade ou até do assexual estrito. Essa mudança não é indecisão nem contradição, mas uma forma natural de vivenciar a sexualidade ao longo do tempo.
6. Cupiossexual
O cupiossexual não sente atração sexual por outras pessoas, mas ainda assim deseja ter uma vida sexual ativa. O sexo pode representar intimidade, conexão, prazer físico ou até uma forma de demonstrar carinho. O desejo de praticar sexo existe, mesmo que não venha daquela atração espontânea por alguém específico.
Diferenças entre assexual e assexuado
Muitas pessoas usam as palavras “assexual” e “assexuado” para se referir a mesma coisa. Mas são conceitos totalmente diferentes. “Assexuado” é o termo utilizado para indicar alguém com ausência de órgãos sexuais. Ou, como define a biologia, a reprodução que acontece sem intervenção de dois sexos.
Sendo assim, não tem qualquer relação com sexualidade humana. Ocorreto para definir alguém que tem ausência de desejo sexual é “assexual”. Inclusive é esse o termo usado nas lutas do movimento LGBTQIA+.
- Leia também: 5 mitos sobre a sexualidade humana
Como saber se sou assexual?
Muitas pessoas, quando se deparam com a definição de assexualidade, se questionam a respeito. Sendo assim, trouxemos um pequeno processo de autoconhecimento. Você pode refletir sobre suas experiências de vida e sentimentos. Portanto, confira:
- Eu sinto atração sexual por outras pessoas?
- Eu me sinto influenciado a gostar de sexo por causa dos amigos ou familiares?
- Sinto alguma atração sexual por outras pessoas, ou seja, quero transar com alguém do sexo oposto ou do mesmo sexo que eu?
- Já me forcei a me relacionar sexualmente para não me sentir inadequado?
- Me sinto culpado por não sentir atração sexual pelas pessoas que me cercam?
- Eu sinto que posso manter um relacionamento com outra pessoa. No entanto sem sentir atração sexual pela mesma?
- Posso viver minha vida, mas não praticar qualquer ato sexual?
- O que eu realmente valorizo no relacionamento amoroso?
Se essas questões forem complexas demais, você pode procurar por ajuda profissional. Portanto, só não se sinta mal ou culpado por não seguir o padrão, o que querem que você siga. Cada um tem sua individualidade.
Fontes: Vittude; A Psiquiatra; Omens
