Anorgasmia é uma doença que causa dificuldades ou impede que uma pessoa chegue ao orgasmo. Essa condição pode afetar drasticamente a vida das pessoas em diversos pontos, não apenas sexual. É importante lembrar que o bem-estar na cama reflete em outros campos da vida, então é importante reconhecer os sintomas e procurar ajuda o mais rápido possível.
Embora possa afetar a todos, o problema é mais comum em mulheres. A anorgasmia pode ser causada por fatores físicos ou psicológicos. Ansiedade e depressão, uso de drogas ou medicamentos específicos, por exemplo, são fortes causadores.
Mais do que isso: o ato de estar chegando ao orgasmo causa dores e desconfortos, então a pessoa acaba evitando o sexo. Importante ressaltar que a doença não tem ligação com a disfunção sexual feminina.
O que é anorgasmia
Anorgasmia é a incapacidade de chegar ao orgasmo, nem mesmo quando fortemente estimulado. No entanto, esse problema atinge mais mulheres do que homens. Embora talvez você nunca tenha ouvido falar, essa é uma disfunção sexual bastante comum.
A doença pode também ser chamada de síndrome de Coughlan. Assim, ela não se refere apenas a falta de orgasmo, mas também no atraso do mesmo. Quem sofre disso costuma viver estressado, com a autoestima baixa e preocupado de forma geral. Portanto, ao sentir qualquer sintoma é recomendado procurar por ajuda imediatamente.
– Tipos
Anorgasmia primária
A anorgasmia primária é quando a pessoa nunca chegou ao ápice por meio do coito ou masturbação. No entanto, as mulheres aqui conseguem se excitar, mesmo que pouco. O que elas não conseguem é de fato chegar ao orgasmo.
Anorgasmia secundária
A anorgasmia secundária é quando uma mulher já sentiu orgasmo com certa normalidade. No entanto, por diversos motivos, ela deixou se sentir. Assim pode ser descrita a perda da capacidade de chegar ao ápice.
Anorgasmia aleatória
Essa é notada em mulheres que até conseguem ter orgasmo, mas não o suficiente para satisfação no sexo. Normalmente elas não conseguem relaxar e manter a calma. A terapia sexual então é o método mais eficaz aqui, de acordo com profissionais qualificados. Esse tratamento ajuda a ter controle sobre os sentimentos.
Anorgasmia situacional
A anorgasmia situacional ocorre em algumas situações ou parceiros/parceiras diferentes. Então a pessoa que sofre da doença só consegue ter orgasmo com algumas condições. Isso também pode acontecer com algumas pessoas. Portanto, a mulher consegue ás vezes sim, às vezes não, depende.
É normal ainda que elas desenvolvam alguns fetiches sexuais, que estão ligados ás situações prazerosas. De acordo com pesquisadores, a mulher com anorgasmia situacional precisa trabalhar o autoconhecimento. Além disso, é importante explorar seu corpo e seus desejos.
Quais são as causas da anorgasmia?
A anorgasmia pode ter várias causas, como a desordem psicológica, por exemplo. De forma geral, são elas:
- Desordem psicológica;
- Sentimento de culpa por tabus atribuídos ao sexo;
- Desinformação;
- Desconhecimento do próprio corpo;
- Exposição extrema a conteúdos explícitos ou pornográficos.
Existem razões físicas também. Nesse caso, destacam-se:
- Cirurgias que alteram o funcionamento dos genitais;
- Desordens neurológicas.
Medicamentos podem resultar em anorgasmia. Algumas classes de remédios, como opiódes, por exemplo. No geral, são eles:
- Antidepressivos;
- Opióides;
- Antiandrogênicos;
- Antipsicóticos;
- Quimioterápicos;
- Ansiolíticos;
- Anticoncepcionais;
- Anti-hipertensivos;
Como se dá o diagnóstico?
A doença causa a dificuldade de chegar ao orgasmo, mas não é somente isso. Geralmente vem acompanhada de uma desagradável sensação. Em alguns casos, causa até mesmo dores. De acordo com a ginecologista Cristiane Schneckenberg, “O aumento da vascularização na pelve produzido pela excitação, quando não seguido pelo relaxamento do orgasmo, pode resultar em dor pélvica”.
Então, para configurar esse quadro, a pessoa precisa ser corretamente estimulada. “Algumas vezes não tem uma desordem e sim um mal entendido. Como por exemplo a mulher que não tem orgasmo por que não é adequadamente estimulada. Ou então o seu parceiro ejacula precocemente”, concluiu.
Tratamento da anorgasmia
O tratamento da doença depende muito da causa. Então, o profissional deve ser procurado sob qualquer suspeita. Entre as principais opções para o tratamento estão:
- Reposição hormonal;
- Controle de diabetes;
- Fisioterapia;
- Psicoterapia;
- Descontinuação ou troca de medicamentos;
- Terapia sexual;
A doença pode ser identificada e tratada com ginecologistas, urologistas, terapeutas sexuais e psicólogos. Portanto, em caso de qualquer suspeita, procure tratamento.
Diferenças entre anorgasmia e frigidez
Muitas pessoas confundem anorgasmia com frigidez. No entanto, há uma diferença considerável. A frigidez, que é um transtorno de excitação Sexual, retrata a incapacidade da mulher manter a lubrificação durante o sexo. A anorgasmia, por outro lado, tira qualquer possibilidade de prazer. Na primeira condição é possível chegar ao orgasmo usando lubrificantes, por exemplo.
Fontes: Inpa Online; Tua Saúde; Minha Vida
Paulo Salustiano é urologista e cirurgião geral. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, (TiSBU), da American Association of Urology (AUA) e European Association of Urology (EAU).
Cristiane Schneckenberg é médica ginecologista e obstetra. Desenvolveu projetos de formação direcionados a professores e profissionais da saúde para a abordagem da sexualidade na adolescência. Autora do livro Um espelho para Vênus.