Anorexia sexual é o medo extremo de relações sexuais. É uma forma obsessiva de evitar qualquer contato íntimo ou sexual. Essa condição, no entanto, é totalmente diferente de quem simplesmente não quer transar. Sendo assim, é como se a anorexia sexual fosse uma repulsa até mesmo ao pensamento da ideia de fazer sexo.
Ninguém precisa transar se não for da sua vontade. Mas, nesse caso, trata-se de um medo irracional que pode causar muitos danos à pessoa. Prejudicando, assim, não somente a vida sexual, mas também o psicológico. Segue aí com a gente para saber um pouco mais sobre essa condição.
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8 fatos básicos para conhecer a anorexia sexual
1. Pode atingir tanto homens quanto mulheres
A anorexia sexual não escolhe gênero. Ela pode atingir homens e mulheres, mesmo que muita gente ainda ache que isso só acontece com um lado. Homens, inclusive, costumam sofrer em silêncio, porque falar sobre medo, insegurança ou rejeição ao sexo ainda é visto como fraqueza.
Mas o que existe ali não é desinteresse nem falta de amor. É um bloqueio que nasce da dor, do medo e da tentativa de se proteger. Para quem vive isso, a intimidade deixa de ser acolhedora e passa a ser algo que assusta.
2. Não é a mesma coisa que perda de libido
Todo mundo já passou por fases em que o desejo simplesmente diminui. Isso é humano. A vida pesa, o corpo cansa, a mente sobrecarrega. Mas a anorexia sexual não funciona assim. Ela não aparece e desaparece com o tempo. Ela se instala, machuca e permanece.
Existe medo, aversão e sofrimento real. Não é falta de vontade, é uma reação emocional profunda que faz o sexo parecer perigoso, desconfortável ou impossível.
3. É diferente de assexualidade
Ser assexual não dói. Não gera angústia nem conflito interno. A pessoa simplesmente não sente desejo sexual e está em paz com isso. Na anorexia sexual, o cenário é outro. Existe sofrimento, ansiedade, culpa e muitas vezes um desejo confuso que vem acompanhado de medo. A intimidade não traz prazer, traz tensão. O corpo reage como se estivesse em alerta, como se algo errado fosse acontecer.
4. A anorexia sexual pode ser causada por diversos fatores
Esse bloqueio não surge do nada. Ele costuma ser construído aos poucos, a partir de experiências que deixaram marcas. Repressão sexual, julgamentos constantes, falta de acolhimento emocional, depressão, ansiedade e situações de abuso são alguns dos fatores mais comuns.
Às vezes, a pessoa nem percebe quando começou, só sente que algo se quebrou na relação com o próprio corpo e com o prazer. O sexo deixa de ser encontro e passa a ser lembrança de dor, culpa ou medo.
5. A pornografia pode ter muita influência
Em alguns casos, a pornografia entra nesse processo de forma silenciosa. O consumo excessivo pode criar padrões irreais, comparações injustas e uma sensação constante de inadequação. A pessoa passa a acreditar que nunca será suficiente, que não performa bem, que não corresponde ao que é esperado. Isso mina a confiança, gera vergonha e faz com que o contato real pareça ameaçador, distante e frustrante.
6. Os sintomas também são variados
Cada pessoa sente a anorexia sexual de um jeito. Algumas têm medo intenso de qualquer tipo de intimidade, outras entram em pânico só de pensar em se envolver emocionalmente. Vergonha do corpo, das próprias sensações ou de experiências passadas é muito comum.
Em alguns casos, surgem comportamentos autodestrutivos, não por desejo de se machucar, mas como uma tentativa inconsciente de afastar o risco de se conectar com alguém.
7. O diagnóstico não é tão simples
Muitas pessoas convivem com esse sofrimento por anos antes de buscar ajuda. Falar sobre sexualidade ainda é difícil, e reconhecer que algo não vai bem exige coragem. Não existe exame, fórmula ou resposta pronta.
O diagnóstico vem da escuta, do cuidado e da compreensão da história de vida. Quanto mais cedo esse olhar acontece, maiores são as chances de aliviar a dor e iniciar um caminho de reconstrução.
8. A terapia é a principal forma de tratamento
A anorexia sexual não se cura com cobrança, pressão ou força de vontade. Ela precisa de acolhimento. A terapia oferece um espaço seguro para olhar para as feridas, entender de onde vêm os medos e reconstruir, aos poucos, a relação com o corpo, o desejo e a intimidade.
Procurar ajuda não é sinal de fraqueza, é um gesto profundo de amor-próprio. A saúde sexual faz parte da saúde emocional e impacta diretamente a forma como a pessoa vive, se relaciona e se sente no mundo.
Fontes: Omens; Brasil el País; A Mente é Maravilhosa
